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O que é e para que serve o TCO (Total Cost of Ownership)?



Total Cost of Ownership, ou simplesmente TCO, é um conceito popularizado pelo Gartner Group (consultoria em informática) e que representa o total dos custos – aparentes e ocultos, diretos ou indiretos – relacionados com a aquisição e posse de determinado ativo. Inicialmente desenvolvido para o mercado de informática, seu conceito acabou sendo aplicado em outros ativos, tais como veículos ou mesmo edificações.

TCO: por que ele é relevante?

O TCO oferece idealmente uma indicação final que reflete não somente o custo de compra e venda, mas de todos os aspectos do uso e manutenção do equipamento, do dispositivo ou do sistema considerado. Associado com alguma avaliação do benefício financeiro do ativo considerado, proporciona uma base de custos para se determinar o valor econômico do investimento, em métricas como ROI (Return on Investment) ou valor econômico adicionado.


O conceito é simples, mas o cálculo apurado depende de vários fatores, por vezes de difícil estimativa. Como dizem, o papel aceita tudo, mas muitas vezes o “tudo” está longe da realidade. Calcular o TCO com um bom grau de precisão é tudo menos trivial.

É importante considerar todos os custos, em todo o ciclo de vida dos ativos, incluindo recursos internos e externos para operação, manutenção e venda ao final do ciclo (remarketing). Essa é a única maneira de garantir decisões bem fundamentadas sobre aquisição e operação de ativos, obtenção de financiamento ou eventual terceirização. Por fim, essa é a única maneira de colocar fatos sobre a mesa que convencerão o CFO de sua recomendação.


Vamos explicar mais detalhadamente: para veículos, por exemplo (de passeio, carga ou mesmo empilhadeiras), o TCO pode ser dividido grosseiramente entre custos fixos e operacionais (ou variáveis). Após calcular o TCO, normalmente em reais/mês, podemos cruzar com a quilometragem rodada do veículo e obtemos o custo por km rodado daquele modelo. Para alguns usos esse número é bem importante.


Custos fixos e custos operacionais

Os custos fixos incluem:

  • depreciação (diferença entre preço de compra e venda);

  • custos de aquisição (negociação);

  • custos financeiros (juros pagos) ou custo de oportunidade;

  • seguro ou proteção de riscos;

  • licenciamento, emplacamento e impostos (no Brasil, são muitos e complexos).

Os custos operacionais/variáveis incluem:

  • combustível;

  • manutenção/pneus;

  • despesas de sinistros não cobertos por seguro;

  • indisponibilidade por sinistros ou manutenção;

  • infrações de trânsito;

  • pedágios, estacionamentos, limpeza do veículo, etc.


Os custos fixos são aqueles relacionados à propriedade do veículo, e os custos operacionais são os associados ao uso do veículo. Na verdade, alguns dos chamados custos fixos têm também um componente que depende do uso, como a depreciação, que aumenta com a alta quilometragem. A combinação dos dois representa o custo total de propriedade do veículo.

A depreciação, por vezes o maior custo associado à propriedade de um veículo, pode ser controlada pelo planejamento da compra do veículo, mantendo-o em boas condições de operação e escolhendo um modelo de veículo com bom valor de revenda.

Por outro lado, você tem muito mais flexibilidade no controle dos custos operacionais. O combustível, outro dos grandes componentes do TCO, pode ser controlado otimizando o roteamento, abastecendo em postos com boa relação preço/qualidade (hoje em dia há enormes diferenças de preço na mesma vizinhança), conscientizando o motorista para uma condução mais econômica, usando cartões de combustível, etc. A manutenção é outra área que pode ser controlada, pela implementação de um bom programa de manutenção preventiva e um forte programa de segurança com eventual uso de rastreamento para minimizar acidentes (e tempo de inatividade) causados por mau comportamento ao volante.


Um dos pontos críticos é o tempo de retenção do ativo (ciclo de uso). Trocas frequentes são contraindicadas, pois a depreciação inicial de um veículo recém-emplacado é de cerca de 15%. Por outro lado, a operação de um veículo por muito tempo acabará custando à empresa mais do que o esperado. Veículos mais antigos tendem a apresentar desempenho prejudicado e mais manutenção – representando mais custos de combustível e tempo de inatividade improdutivo. Embora você já possua o ativo e ele ainda esteja produzindo receita, o custo desse ativo poderá estar retirando recursos do bottom line – custando mais para você tê-lo e operá-lo do que as receitas geradas.


Como utilizar bem o TCO

A chave do TCO é a transparência máxima e verificável. Isso é melhor fornecido por uma organização independente, tipicamente uma consultoria, que:

  • tenha profundo conhecimento do mercado;

  • não esteja vinculada a determinados fornecedores ou prestadores de serviços;

  • possua experiência local;

  • conheça bem os conceitos de engenharia econômica para fazer uma avaliação tecnicamente correta;

  • possa também orientá-lo na busca das melhores alternativas.


O custo total de propriedade é complexo e requer atenção aos detalhes, mas vale a pena cada momento que você gasta calculando, controlando e revisando as opções. Também há uma classe de despesas que, embora não diretamente associada ao TCO do veículo, impactam no custo da frota. Como exemplo maior, temos a ociosidade advinda de frotas superdimensionadas.

Não há um único fator influenciando o TCO, e, embora a escolha de um veículo possa ser determinada pelo custo, seu valor para a operação deve ser a principal consideração.

Afinal, lucro = receita menos despesas.

Esperamos que este artigo tenha elucidado as questões relativas ao TCO e sua importância.

Até a próxima!

Walter Kirschner é especialista em finanças e seleção de alternativas de investimentos, tem sólida carreira com mais de 30 anos no setor de leasing/aluguel, atuando em empresas líderes de mercado nacional e internacional; atuou também como instrutor de Leasing na Associação Brasileira das Empresas de Leasing (ABEL) e consultor na Fundação Ligada à Contabilidade (FIPECAFI) – USP.


Luiz Claudio Souza é especialista em mobilidade corporativa e o primeiro brasileiro certificado pela Associação Norte-Americana de Gestores de Frotas (NAFA). É cofundador da Fleeting Mobilidade, criador do projeto Mobilidade Inteligente e professor da primeira pós-graduação em gestão de frotas da América Latina (Instituto Parar/Unifil).

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